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OPA isto!?!?!?!?


Lamentavelmente, a OPA da Sonaecom sobre a PT acabou antes de chegar ao mercado. Estratégias à parte, há uma situação que não se pode deixar passar: a postura judaísta do Estado no negócio. Deu um beijo com a golden share (ao abster-se), mas traiu o livre mercado de funcionar ao permitir que a Caixa Geral de Depósitos (cuja posição na assembleia geral de accionistas fez toda a diferença) se colocasse ao lado dos que votaram contra a desblindagem dos estatutos.

Curioso foi ver, também, o apoio dos trabalhadores da PT a receber Henrique Granadeiro na entrada para a AG. Bandeiras sindicais abanadas, com o slogan: "A Sonae aqui não entra". Pois, parece-me que a actual administração é o que de mais parecido se pode encontrar à condução do funcionalismo público.

Mas Belmiro aceitou (bem!?!?!) o desfecho da OPA, sempre adiantando que no próximo domingo o jogo continua, que é como quem diz: "Para o ano cá, nos voltaremos a encontrar".

Uma coisa é certa e a Imprensa deu bem conta desse 'recado': as telecomunicações nacionais nunca mais serão as mesmas daqui para a frente. A rede cabo vai ser vendida (assim o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, fez questão de assegurar pessoalmente, e era o mínimo que podia fazer depois de ter a lata de afirmar que "O Estado teve uma posição de estrita neutralidade" - para rir, obviamente) e o monopólio vai perder a sua força.

Mas há um homem que tem razões para comemorar, ainda mais que os próprios responsáveis da PT. Ele é Ricardo Salgado, presidente do BES. Empenhou-se -ou não fosse o seu banco um dos accionista de referência da operadora nacional - na rápida e indulor sucessão de Horta e Costa como CEO da PT e fabricou a resposta à OPA, contando melhor as espingardas para o decisivo momento do que Belmiro de Azevedo.

Ou seja, o "Clube PT" (daí a imagem de apoio...), com Joe Berardo incluído, manteve-se o mesmo e os interesses dos mesmos de sempre também vão continuar intactos. Razão tinha o "Público", apesar de ser o jornal de quem perdeu a batalha, para dizer que Henrique Granadeiro queixou-se do prolongado prazo que a Autoridade da Concorrência teve para pronunciar-se sobre a OPA, mas foi precisamente esse tempo que permitiu à PT construir as defesas que lhe garantiram, pelo menos, mais um ano de alívio respiratório. Sem sobressaltos. Mas com uma pedra no sapato: na próxima oportunidade, Belmiro (ou o filho Paulo) vai voltar a atacar!