Linguagem Gutural

É curioso o jogo de bastidores nas movimentações dos bancos portugueses. O Millennium lança uma OPA sobre o BPI, que por sua vez tenta defender-se da melhor forma. Guerrinhas à portuguesa. O BPI pede a um dos seus parceiros espanhóis (La Caixa) para dar um sinal claro que a operação não será fácil: o La Caixa aumenta de 25 para 30% a sua participação no BPI. O Millennium percebeu o sinal e falou com outro dos parceiros espanhóis para dar um sinal que também não andam a dormir: o Santander vence a sua participação no BPI ao Millenium, que assim aumenta a sua quota no BPI. Curiosamente, o Santander é o mesmo banco que está a servir de almofada ao Belmiro para a OPA da Sonae à PT, que por sua vez tem uma forte ligação accionista com o BES.
Ou muito me engano ou depois de tudo resolvido chega aí um peixe maior e come tudo e todos ficam a dizer: "Então e a salvaguarda do poder de decisão nos sectores estratégicos?"
Além disso, o que faria o Millennium com os balcões do BPI? Se a OPA chegar a bom porto, o Millennium vai ter pior fama que as lojas dos chineses: um balcão em cada esquina!

Posted by molin at 15:46 | Permalink | Comments

Descobri que até um dos mais carismáticos representantes da MPB, como é Caetano Veloso, pode resvalar facilmente para delírios criativos nunca antes imaginados - para ser simpático. É difícil associar o seu último trabalho "CÊ" (mais propriamente a facha nº 10, com o título "Porquê?") a trabalhos lindos como "Mimar você" ou "Sozinho".

Para além da melodia ser intragável, monótona, sem um pingo de musicalidade, a letra é qualquer coisa como isto:

estou me a vir
e tu como é que te tens por dentro?
porquê não te vens também?

Não estou a brincar. É mesmo so isto. Com variantes rítmicas quando repete vezes sem conta a primeira linha...
Se não acreditam visitem o site do novo álbum e confirmem. Dá para ouvir a música!

Passou-se. E o pior é que não se sabe se o rapaz conseguiu mesmo chegar ao fim ou não! Pelo menos, queixou-se que alguém não estava a conseguir... Lamentável!

Posted by molin at 15:14 | Permalink | Comments

Posted by molin at 19:29 | Permalink | Comments

Em declarações à Notícias Magazine, o director da ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), Pedro Nunes afirma: "Como orientação pegámos no Guia dos Melhores Restaurantes do Expresso e inspeccionámos os 260 eleitos. Alguns foram fechados"

Mais. O mesmo responsável diz que a taxa global de incumprimento na área alimentar nas creches e infantários é assustadora: 78 por cento.

Reportagem a não perder!

Posted by molin at 13:50 | Permalink | Comments

Gostava de saber, sinceramente, o que passa pela cabeça das pessoas quando são confrontadas com o facto de terem na mão um bilhete premiado, daqueles bem gordos, do Euromilhões. Por mais calmo que seja o sistema nervoso, o sangue começa a correr mais depressa. Até devemos ouvir, de forma bem amplificada, a contracção do coração.
Tenho um colega de trabalho, daí a razão de ser deste texto, que ia a correr concretizar um velho sonho: ir a um concessionário da Porsche, fazer um seguro contra todos os riscos (reparem no pormenor!) e sair com o carro pela montra, partindo o vidro. Perguntei-lhe se não tinha medo de fracturar a coluna e ficar paralítico para toda a vida e ele ficou a olhar para mim como quem diz "nos sonhos isso não acontece".

Nunca parei para pensar muito se acontecesse a mim, mas um Porsche não estaria, com toda a certeza, no topo das minhas prioridades.

Outro disse-me que, como tem a chave do escritório, abri-o à malta e mandava vir umas ucranianas e brasileiras como despedida. Para apimentar a excentricidade, convidava o patrão a participar na festa e provar-lhe da maneira mais fácil como se pode tornar o local de trabalho em algo bastante melhor do que o edifício do Google.

Um deles disse-me que preferia (com toda a sinceridade) ganhar "apenas" 5 milhões de euros do que 50 ou 60. "É que pouco dinheiro eu sei como gastá-lo. Com muito faria muita asneira, com toda a certeza. Loucura? Viajava durante uns meses largos!"

Um dos meus sonhos é ver a Terra do espaço. Ter a consciência e saber o quanto somos pequenos é uma coisa, mas ver o planeta azul como muitos poucos o conseguem ver é outra. Relativizar a dimensão e perceber, á vista desarmada, a insignificância a que estamos reduzidos seria um bom ponto de partida para quem ganhou tanto dinheiro. Provavelmente, depois de uma experiência como essa, transformava-me num monge budista, deixando todo o dinheiro a uma instituição de solidariedade social.
A da minha eleição seria a SOL.

Posted by molin at 23:28 | Permalink | Comments