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Glorioso malefício ao povo americano

Pode até ser uma perspectiva muito errada, mas não terá o filme do Borat muito mais razões para envergonhar o povo americano do que o cazaque? Num olhar que não precisa de ser muito atento, quem está muito mais exposto ao ridículo são os americanos que vão tendo contacto com Borat da Costa Leste à Oeste. De Nova Iorque a Los Angeles.
Aliás, ou muito me engano ou não foi o presidente do Cazaquistão quem ligou a George W. Bush a pedir que impedisse a exibição do filme nos Estados Unidos, por dar uma visão torcida da ex-república soviética. Não senhor. Fontes Bem Informadas (FBI) garantem que foi George W. Bush a telefonar (através daquelas linhas vermelhas secretas mas que metade dos espiões do Mundo, a começar pelos chineses, ouvem em alto e bom som...) ao presidente do Cazaquistão a fazer o seguinte pedido:

-- Nazarbayev, companheiro, tá tudo? O urânio para a Coreia do Norte saiu sem problemas? Fine, fine. Olha pá, tenho um favorzito a pedir-te. A malta aqui sabe de fonte segura (blair) que um tal de sacholas barão cohen, da família dos irmãos cohen (ai, tss, espera esses são americanos, está aqui a condoleeza a dizer)... Não interessa, o sacholas vai fazer um filme inspirado naquela figura ridícula que usou para apresentar os prémios MTV em Lisboa, aquela cidade cuja capital do país é as Lajes, tás a ver? No Atlântico? Ya, isso, a terra do Zé Manel. Bom, esse filme é mais chunga para nós do que para vocês, que aparecem como simples campónios. Então não é que o gajo filmou um rodeo onde fez a malta calorosamente bater palmas enquanto dizia de forma heróica que os nossos rapazes no Iraque estavam a limpar a sarampo a homens, mulheres e crianças? Eh pá, a malta aqui vive uma pseudo-democracia e se formos nós a levantar fervura com o filme vão cair-nos em cima acusando-nos de censura e de faltar a esse badalhoco direito constitucional de liberdade de expressão. Por isso, como aí está tudo habituado a que as críticas sejam logo condenadas pelo Governo, tens que ser tu, daí de Astana, a meter-te em bicos dos pés. Não é preciso gritar que eu peço uma ajuda aqui aos especialistas de cinema para te darem um pouco de ouvidos. Conto contigo.