terça-feira, maio 22, 2007

Faz bem à saúde, mas não mental!

Diálogo irreal para a linha de apoio da Medis.


EU - Boa tarde, gostaria de saber, por favor, quais são os documentos necessários para incluir a minha filha no meu seguro de saúde, bem como o agravamento da mensalidade que vou sofrer.
MEDIS - E com quem tenho o prazer de falar?
EU - Xxxxx Xxxxxxxx
MEDIS - Muito bem, senhor Xxxxx Xxxxxxxxx. Poderia dizer-me o número do seu cartão, se não se importa?
EU - É o XXXXXXXXXXXXXXXX
MEDIS - E a sua morada completa...
EU - Rua Xxxxxxxx xx Xxxxxxxxxxx, nº XXX, Xxxxxxxxxx xx Xxxxxxxxxx
MEDIS - Sim senhor. Se não se importa, o número do seu telemóvel...
EU - É o XX XXXXXXX
MEDIS - Muito bem. Senhor Xxxxx Xxxxxxxx, essa informação só poderá ser-lhe fornecida aos balcões do Millennium BCP
EU - Como?
MEDIS - Sim, esse tipo de informações comerciais só mesmo aos balcões do Millennium BCP
EU (incrédulo) - Muito boa tarde e obrigado. Na mesma...!

Estive mesmo para lhe perguntar no fim se ia aparecer na minha casa ou se ia só telefonar para combinar um cafézinho. É que nunca cheguei a perceber porque me fez a miúda aquelas perguntas se eu disse logo o que pretendia...

quarta-feira, maio 09, 2007

Segunda à sexta

O título pode parecer bastante pessimista mas, acreditem, não é! Trabalhar em horários rotativos tem o seu lado positivo, embora a chatice é que só haja fins-de-semana (propriamente ditos) de quatro em quatro semanas. Quer isto dizer que, enquanto a maioria da rapaziada sabe, de antemão, que sexta à noite pode significar um esticanço da corda ou servirem-se da noite de sábado para partir a louça toda (há sempre domingo para recuperar antes de mais uma semana de trabalho), a verdade é que quem não se enquadra neste espírito, tem que andar com o calendário às costas até poder entrar nos eixos da vida social normal.
Mas tem o outro lado que é poder fazer da segunda-feira uma sexta ou, melhor ainda, fazer de uma sexta-feira uma segunda. Quando há "volgas" (folgas, na linguagem do meu Gonçalo) à quarta e quinta, recomeçar a trabalhar à sexta é uma segunda-feira para mim. O que é bom. Porque anda toda a gente eufórica por ser sexta-feira e eu, com cara singela, digo apenas que a semana de trabalho está a hoje a começar. Mau? Nem por sombras. Melhor ainda é a minha sexta-feira passar para a segunda: quando folgo à terça e quarta! Vem toda a gente de rastos para o trabalho, para mais cinco dias de luta infernal (para alguns, é certo!) e eu com ar jovial posso dizer, apesar de correr o sério risco de meter nojo!): estou em véspera de fim-de-semana.

E pensar que no meu "domingo" não vou encontrar as repartições públicas fechadas, está tudo aberto, como se fosse só para mim. Poder acordar ao meio-dia em pleno dia de semana, saindo à rua com olheiras de quem acordou faz cinco minutos, quando todos se preparam para o almoço, celebrando a pausa de metada da jornada de trabalho completa.

É uma sensação única. As profissões deviam ser todas assim. O mundo inteiro devia ser assim. Nunca parar. Todos tinham descanso na mesma, só que não era ao mesmo tempo. Era o fim dos domingueiros e dos atrasos de vida que provocam no trânsito e onde quer que vão. Acabavam-se as enchentes nos centros comerciais e nas praias aos fin-de-semana. Aposto que o mundo era mais feliz assim. Eu sou. Mesmo quando tenho a minha segunda-feira à sexta, ou a minha sexta-feira à segunda.