Bilhete para (des)esperar
Está na moda os bilhetes de espera. Não há repartição pública, consultório médico ou loja com grande volume de afluência que não tenha um desses rolos infinitos de números que são a razão suprema do meu desespero. Aliás, a moda está de tal forma enraízada que qualquer dia junto todos os que usar e utilizo em casa para dar direito de conferência aos membros da família.
- Pai precisava de falar contigo sobre...
- Já tiraste a tua senha? Então aguarda que o teu número seja chamado
- Querido vem aqui à cozinha para ajudar na...
- Qual é o número da tua senha? 37? Então ainda não chegou a tua vez
O rídiculo é tão grande que não há-de faltar muito para ser preciso tirar uma senha para conseguir um número para ser atendido. Não acreditam? Então leiam com atenção o que aconteceu hoje, no Continete do Vasco da Gama:
Depois de pagar, com grande rapidez nas novas caixas expresso (somos nós quem damos os produtos a ler o código de barras, a máquina vai somando a compras e depois pagamos conforme quisermos - dinheiro, multibanco ou visa), fui à secção dos embrulhos. Lá estava um desses rolos infinitos de números. Ia no 14 e a senha da minha mulher era o 39. Esperar? Nem pensar!
- Vamos pedir papel de embrulho e fazemos o trabalho em casa. Fiz o pedido educadamente, ao que a senhora respondeu para nos dirigirmos ao balcão de apoio a cliente. É justo. Fazer as meninas perder tempo ali era passar à frente de toda a gente. Fomos ao balcão de apoio a cliente. Pedimos o papel de embrulho, ao que a senhora disse que tínhamos de tirar o número e ser atendido na nossa vez. Olhei em volta e percebi que deveria estar ainda mais gente no balcão de apoio do que a embrulhar presentes. Resultado: viemos sem papel de embrulho. Eu pergunto: Para quê esperar pelo papel de embrulho se, provavelmente, seria mais rápido esperar que nos embrulhassem o presente no respectivo balcão? Enfim...
P.S. Para comentar, façam o favor de tirar a senha!